quarta-feira, 17 de outubro de 2012

FRAGMENTO

Rompem as portas.
Sopra o tempo.
O velho tem poesia
pra contemporizar.
Conversa com o tempo
em telepatia -
o velho se completa
ao se contemplar.

Abrem as comportas.
Jorra a memória.
O velho é a experiência
de se resgatar.
Com verso no tempo
da reminiscência -
o velho desvenda
ao se reinventar.

Alisam as barbas.
Escorre a história.
O velho é a saudade
ao tempo saudar.
Futuro presente passado,
o antes-até-agora invade -
o velho espera na esfera
ao se fragmentar.


ASTH, Marcelo Azevedo. Fragmento. In: PIGNONE, Lohan Lage (Org.) Poesia.com. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, 2012.